Rio, RJ - Off-Tap - Gyrotonic
Harmonia em giros
Depois de conquistar artistas, método de condicionamento físico que mistura princípios de ioga, tai chi chuan, balé e natação se populariza na Zona Sul
(Isabel Kopschitz)
Arte de se exercitar e ir além. É o que preconiza o gyrotonic, método de condicionamento físico que está conquistando os cariocas e que se baseia nos princípios básicos de ioga, tai chi chuan, balé e natação. Os exercícios -- rítmicos, circulares e integrados à respiração -- são praticados em aparelhos especialmente desenvolvidos para esse fim.
Criado no fim dos anos 70 pelo romeno Juliu Horwath, o gyrotonic começou a fazer a cabeça dos moradores da Zona Sul mais recentemente, apesar de ter sido trazido ao país em 1999 pela bailarina Rita Renha. A popularização do método se deve, em grande parte, à adesão da classe artística, que o adotou como complemento ou mesmo alternativa aos exercícios convencionais.
-- O trabalho faz uma conexão com o corpo que você tem, e não com um dionisíaco, que você gostaria de ter. Para mim, é uma terapia -- diz o ator Diogo Vilela.
Segundo o ator, que pratica o método desde 2004, as aulas o ajudaram a melhorar a sua performance no espetáculo "Cauby! Cauby!", que ficou em cartaz de julho de 2006 a maio passado e foi assistido por mais de 65 mil pessoas.
-- No palco, a gente precisa de um pêndulo interno. O equilíbrio do corpo é fundamental para a transmissão da palavra. Considero o gyrotonic uma necessidade, porque amplia as possibilidades corporais -- diz Vilela, logo após a sua aula semanal, no Gyrotonic Instituto Brasil.
De acordo com a bailarina Rita Renha -- que faz parte do seleto grupo de dez mestres, em todo o mundo, autorizados a conceder certificação aos novos professores do método --, a filosofia do trabalho é conseguir o máximo de performance com o mínimo de esforço. O resultado, diz, é uma redescoberta dos movimentos mais fisiológicos do corpo, que as pessoas acabam desaprendendo no dia-a-dia.
-- O "músculo" que o método mais enrijece é o da inteligência. Aprendemos a não gastar energia à toa e a direcioná-la ao que nos interessa naquele momento -- explica Rita, precursora da técnica no Brasil e fundadora do Gyrotonic Instituto Brasil, em Ipanema, onde dá aulas e forma profissionais da área.
Outra artista que se encantou pelo gyro é a bailarina Renata Versiani, da Companhia de Dança Deborah Colker. Ela atribui à prática do método o fato de não ter sofrido qualquer lesão durante as últimas temporadas dos espetáculos "Nó" e "Dínamo", de março a maio passados.
A bailarina Renata Versiani acredita que reeducou seu corpo, após começar as aulas de gyrotonic, em fevereiro. Entre os componentes da companhia, ela foi a única que não se machucou nas últimas temporadas. Desde então, garante ela, seu desempenho no palco se superou.
-- Sinto que meu corpo está mais preparado para todos os movimentos, tem maior prontidão para responder a eles. Ampliei minha mobilidade articular e a força. É um processo fisioterapêutico -- afirma ela, que foi a grande incentivadora dos colegas que agora também praticam o método. -- Trabalhamos com muito impacto, então é normal que menocorram lesões.
Este mês a sede da Companhia de Dança Deborah Colker, na Glória, passou a oferecer aulas ao público, todos os dias da semana.
Mas não são apenas os artistas que estão conhecendo e aprovando o gyrotonic. A advogada Tania Liege Guimarães pratica os exercícios há oito meses. Ela descobriu o método quando o médico de seu marido indicou a ele, com o objetivo de melhorar a postura e, conseqüentemente, as dores na coluna.
-- Esse método é o que reúne tudo o que gosto em atividades, como ioga e pilates. Mas ele é melhor, porque mantém a mente ligada e o corpo em harmonia. Além disso, não sinto qualquer desconforto -- atesta Tania, que vai às aulas duas vezes por semana. Ex-praticante de ioga, pilates e musculação, Tania explica que o gyrotonic é uma atividade muito mais prazerosa.
-- Acho a musculação muito robótica. A ioga tem algumas posições desconfortáveis, e é focada na menocorram te. O pilates é muito cartesiano, você pode praticá-lo com a cabeça em outra coisa. O gyrotonic, ao contrário, só pode ser praticado se corpo e cabeça estiverem conectados -- explica.
A sensação de estar dançando foi o que encantou precursora do método no Brasil, a bailarina Rita Renha. Quando estava em Nova York, em 1991, dançando um musical, ela rompeu um ligamento do joelho teve que interromper temporada. Um amigo coreógrafo a aconselhou praticar o gyrotonic.
-- Pensei que ia ser chato fazer exercícios num aparelho. Mas cheguei chorar, porque parecia que eu estava dançando. Vi que não era um aparelho convencional, que permitia que eu sentisse o prazer do movimento e até da relação com o partner -- conta.
Onde praticar:
DESPERTAR STUDIO:
Avenida Nossa Senhora de Copacabana 749, sala 508.
Informações: (21) 2547-7394 / michelle@centroin.com.br
URSULA BERCHTOLD:
Praia de Botafogo 528, sala 1.201-A.
Informações: (21) 3684-7762 e 9322-0875.
CENTRO DE MOVIMENTO DEBORAH COLKER:
Rua Benjamin Constant 30, Glória.
Informações: (21) 2221-1309 e 2221-2034.
GYROTONIC INSTITUTO BRASIL:
Rua Visconde de Pirajá 595, Ipanema.
Informações: (21) 2511-3388.
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