Exterior - Off-Tap - Tecktonik
Tecktonik, movimento que mistura dança e moda, invade Paris
Tem sido quase impossível nos últimos meses andar em Paris, principalmente no bairro de Les Halles, sem encontrar grupos de jovens dançando pelas ruas ao som de música eletrônica e vestidos com roupas do estilo usado nos anos 80.
O novo movimento que se espalhou pela capital francesa entre jovens de 15 a 22 anos já tem um nome: Tecktonik.
"Ainda que o nosso estilo esteja se abrindo, as características ainda persistem, como os sapatos esportivos dos anos 80, roupas justas e uma mistura de cores vivas", afirma Treaxy, 18, uma das estrelas do novo movimento que apareceu em um vídeo da cantora francesa Yelle --que se lançou pelo site de relacionamentos MySpace.
A moda também determina o cabelo, com cortes característicos da década de 80, mais longo atrás e curto em cima, com um topete.
Além da moda, a dança também identifica o grupo e tem vários nomes: Tecktonik, Vertigo, Electro Dance ou Milky Way. Os passos são simples: basta mover os braços de maneira solta em volta da cabeça, como se estivesse passando gel no cabelo várias vezes.
Os que podem, dançam em discotecas. Mas a maioria invade as ruas para dançar, sem nenhuma reivindicação, a não ser a diversão.
A Tecktonik é uma marca registrada pelos empresários franceses Cyril Blanc e Alexandre Barouzdin e é uma festa que começou a sete anos em um clube nos arredores de Paris, o Metropolis.
"O nome Tecktonik foi inspirado pelas placas tectônicas e se refere à mistura de vários estilos de música eletrônica, ao choque de várias correntes musicais de origens diferentes", afirma Blanc.
Mas, aos poucos, a marca Tecktonik começou a ser associada não apenas com as festas, mas também com a dança e o estilo musical e acabou sendo usada para descrever o surgimento de um fenômeno nacional na França.
O movimento também já alcançou Espanha, Bélgica e já é escutado na África.
Um dos principais festivais franceses, o Printemps de Bourges, já programou o Tecktonik para 2008.
"É um movimento que está crescendo em importância entre os jovens", diz Thierry Langlois, um dos responsáveis pela programação do festival. "Meus próprios filhos usam os topetes e dançam. Por isso, decidimos programar uma tarde Tecktonik".
Muitos dos jovens que dançam o Tecktonik gravam suas performances para exibir depois em suas páginas pessoais ou em sites como o YouTube.
"O fenômeno é de dança e também de internet, e é a primeira vez que as duas vertentes se misturam tanto", afirma a socióloga Anne Petiau, da Sorbonne.
As reuniões dos aficionados pelo Tecktonik, chamadas de "aprems", um diminutivo para "après-midi" ("tarde", em francês), são organizadas exclusivamente pela internet.
"Os 'aprems' são anunciados apenas na nossa página", afirma o DJ Fozzie Bear, membro do grupo organizador Dance Generation. "Mesmo assim já conseguimos reunir até mil pessoas e está aumentando".
Para o DJ, o movimento permite que os participantes "conheçam muitas pessoas, se comunicando pela internet e depois pessoalmente nos eventos ou nos clubes".
"Eu só gosto de dançar. Não me visto tipo Tecktonik", diz Titi, 18, que dança em clubes e na casa de amigos. "Mas, quando escuto a música eletrônica e danço, é uma viagem".