sexta-feira, novembro 24, 2006

Happy Feet - Folha Online

Da seção Ilustrada da versão online do jornal:

24/11/2006
Pingüins-imperadores estrelam animação "Happy Feet"

20/11/2006
Pingüim supera novo James Bond na bilheteria americana

20/11/2006
BBC - Animação com pingüins bate 007 nos Estados Unidos

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Pingüim bate 007 e chega ao país

(Eduardo Graça - Colaboração para a Folha, de Los Angeles)

Uma legião de pingüins animados por computador tomou de assalto os cinemas americanos no último dia 17 e chega hoje ao Brasil, com as vozes de Daniel de Oliveira (no lugar do "hobbit" Elijah Wood) e Sidney Magal (substituindo Robin Williams) na versão dublada.

"Happy Feet: O Pingüim" já amealhou US$ 42 milhões nas bilheterias americanas, superando o novo James Bond e seu "Cassino Royale" na disputa pelo topo da lista na primeira semana do lucrativo período de feriados nos EUA, que começa no Dia de Ação de Graças (ontem) e vai até o Ano Novo.

"Happy Feet" conta a história de Mano, um pingüim imperador (os mesmos retratados em "A Marcha dos Pingüins", vencedor do Oscar no ano passado) que, ao contrário de seus pares, é incapaz de cantar.

Com a voz e os imensos olhos azuis de Elijah Wood, Mano é um exímio dançarino, mas precisa deixar o conforto da vida ao lado dos pais (nas vozes de Hugh Jackman e Nicole Kidman) e encontrar os amigos Ramon, um machão latino, e Lovelace, com seu timbre emprestado de Barry White (ambos na voz de Robin Williams), para descobrir que não existe mal nenhum em ser diferente.

"A grande mensagem do filme é a valorização do senso de individualidade", diz Wood em entrevista à Folha. "Aquilo que aparentemente nos separa uns dos outros é, muitas vezes, a essência do que somos, e devemos celebrar isso com intensidade. Eu me sinto extremamente satisfeito por ser, em muitos aspectos, bem diferente da imagem convencional de uma estrela de Hollywood."

Elvis e Robin Williams

Uma das razões do sucesso de "Happy Feet" é a trilha sonora, que também alcançou os primeiros lugares das paradas musicais. Há de tudo um pouco -Elvis, Beach Boys, Beatles, Prince e até Robin Williams cantando "My Way" em espanhol. "O George [Miller, diretor] pediu, e acabou saindo essa coisa meio "Brokeback Mountain" que é o Ramon cantando para o Mano: "No lo sé como te dejar'", brinca Williams, tentando criar algo como o som de um pingüim cantor de tango, para a diversão de Wood, que cai na gargalhada: "O que mais me fascinou no Mano foi essa desconexão dele com as opiniões negativas que os outros têm dele. Por ingenuidade e uma enorme auto-confiança, ele não dá bola para o julgamento alheio. Esta é uma senhora qualidade que busquei exacerbar na hora de colocar a voz no estúdio", diz.

Foi George Miller quem decidiu incluir no projeto temas sérios, como os danos causados na Antártica pela indústria pesqueira, o aquecimento global, a violência e a imigração ilegal, com a velha fábula do patinho feio incrementada por problemas contemporâneos caros a crianças e adultos.

"A parte mais assustadora ficou concentrada na ação dos leões marinhos, que me lembram os momentos mais sombrios de clássicos da Disney, como "Bambi" e "Pinóquio'", diz Miller. "E mesmo o público mais conservador, mesmo os evangélicos que não acreditam em aquecimento global, conseguirão se identificar com personagens mais autoritários do mundo dos pingüins", completa, com certa dose de ironia.

(O jornalista EDUARDO GRAÇA viajou a convite da distribuidora Warner)


Fonte: Folha de São Paulo

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