Rio, RJ - Música, Cinema e Dança
Música para os olhos todas as quintas-feiras
Projeto na Modern Sound terá encontros sobre a relação entre o cinema e suas canções
O namoro entre a música e o cinema estará numa série de encontros que a Modern Sound começa a oferecer a partir de amanhã. Batizado de "Encontro às quintas", o projeto terá palestras, toda quinta-feira, às 20h, sobre música, dança, Broadway e cinema, acompanhadas de exibição de sons e imagens editados especialmente para o programa, e debate com os palestrantes. Serão quatro encontros por mês, cada um com um tema, que vão ocorrer no auditório da Modern Sound, em Copacabana, com 50 pessoas por encontro.
Com a participação dos jornalistas do GLOBO João Máximo, crítico de música, e Artur Xexéo, colunista e editor do Segundo Caderno, abril será dedicado às "Estrelas que se apagaram cedo", sobre a (curta) vida e a obra de quatro cantoras que, apesar de terem morrido antes dos 50 anos, marcaram a história musical brasileira e mundial:
"Carmen Miranda, da Lapa a Hollywood", amanhã, com o escritor Ruy Castro;
"Billie Holiday, a triste lady da canção", dia 12, com João Máximo;
"Elis Regina, brisa mansa e furacão", dia 19, com Artur Xexéo; e
"Judy Garland, o eterno recomeçar", dia 26, novamente com Máximo.
-- No fim do ano passado, comecei a dar aulas sobre música no cinema, e percebi o interesse que esse assunto desperta, não só nostálgico, em relação a antigas canções de Hollywood, mas também um interesse em conversar sobre música em geral -- afirma João Máximo, organizador do projeto juntamente com Sergio Batista, e que para sua exposição sobre Billie Holiday trará material audiovisual importado. -- Além disso, a Modern Sound tinha um espaço que praticamente não era usado para projetos regulares, e que é muito bom para esse tipo de programa a que estamos nos propondo, com som e imagem, por ter um bom equipamento multimídia.
Amanhã, Ruy Castro abre o projeto mostrando como, aos 20 anos de idade, Carmen Miranda "já era Carmen Miranda":
-- Ela nasceu pronta. Nos primeiros dez anos após começar, construiu a mais fabulosa carreira que uma cantora brasileira poderia construir e, nos Estados Unidos, onde foi mais atriz que cantora, devido à barreira da língua, fez sua carreira mundial. Depois, essa carreira foi prematuramente interrompida aos 46 anos, pela dependência química de drogas farmacêuticas. Aliás, ela foi a única, das cantoras tratadas no primeiro mês deste projeto, que foi vítima de drogas supostamente legais, como anfetaminas e barbitúricos.
Para ilustrar sua palestra, Ruy Castro escolheu imagens menos conhecidas da Pequena Notável, como uma em que ela canta "Batucada" com Harry James e sua banda, no filme "Se eu fosse feliz", de 1946.
Maio, segundo mês do projeto, terá como tema "A música de quem faz os filmes", sobre a relação de diretores e produtores de cinema com a música que utilizam em suas obras. Já em junho, o assunto tratado será "Quando Hollywood dançava", um estudo da dança no cinema americano. Segundo João Máximo, a intenção é continuar o projeto após junho, provavelmente com temas como o rock no cinema.
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