sexta-feira, maio 25, 2007

São Paulo, SP - Off-Tap - Miss Saigon

Para quem tem chegado do Divulgando procurando pela montagem brasileira de Miss Saigon, abaixo um texto da jornalista Alessandra Duarte que saiu no jornal O Globo de hoje, 25.05.2007 (página 2 do Segundo Caderno):

Do grupo Rouge para o romance de 'Miss Saigon'

Ex-integrante da banda do 'Popstar', Lissah Martins vai protagonizar musical que estréia em julho em São Paulo

Mais uma vez Lissah Martins contou com a ajuda da avó japonesa em sua carreira artística: à avó, Tsukiko Kashiwaba, que a ensinou a cantar e a inscrevia em concursos na colônia japonesa do interior paranaense de onde ela vem, Lissah também deve os traços orientais que lhe deram a chancela final para viver a protagonista de "Miss Saigon".

Na adaptação brasileira do musical da Broadway, que estréia dia 12 de julho em São Paulo, a cantora ex-integrante do grupo Rouge, de 23 anos, será a Kim do romance épico entre uma vietnamita e um soldado americano, interpretado por Nando Prado, durante a Guerra do Vietnã.

Quem está tentando se lembrar do nome Lissah nos créditos do Rouge perde tempo: na época, ela usava seu primeiro nome, Patrícia. É o primeiro musical da cantora, escolhida pela produção, assim como o restante do elenco, após audições de seis meses, nas quais valeu a preparação corporal e de voz que Lissah teve no Rouge, assim como seu physique du rôle.

Claudio Botelho fez a tradução de texto e letras

Pesados, os ensaios de oito horas diárias, de segunda-feira a sábado, começaram semana passada, com uma equipe americana (só Claudio Botelho, que fez a tradução das letras, é brasileiro), como o diretor Fred Hanson, que já conhecia o Brasil, fala português e tem apartamento no Rio (o que, segundo Botelho, fez com que ele permitisse adaptações ao humor brasileiro na tradução).

-- Quando era criança, comecei a me apresentar nos concursos e festivais de música japonesa da nossa colônia -- lembra a intérprete de Kim.

-- Aliás, só pude me apresentar porque minha avó, que tinha tinha sido cantora profissional no Japão, insistiu muito. Meu pai é brasileiro, e lá eles aceitavam participantes só de ascendência japonesa pura.

Dos festivais na colônia, dos quais participou até a adolescência, Lissah foi atrás da participação em bandas que se apresentavam em casamentos e bailes de debutantes da região.

-- Então, com uns 16 anos, gravei um CD com canções pop americanas e fui bater nas portas de gravadoras como a Sony.

Não deu em nada -- conta a fã de Mariah Carey e Whitney Houston, "as divas americanas" dela, além de Justin Timberlake e The Pussycat Dolls. -- Gosto das coisas populares mesmo.

O programa "Popstar", do SBT, de onde saiu o Rouge, veio quando Lissah tinha 18 anos. Já o musical de Claude-Michel Schönberg e Alain Boublil (com música de Richard Maltby Jr., e sem texto falado), inspirado na "Madame Butterfly" de Puccini, quase não entrou no currículo da paranaense: ela se inscreveu no projeto na última semana, sem botar fé, já que nunca havia feito musicais e seu conhecimento sobre o assunto se limitava a saber o que era "O fantasma da ópera".

"Vou ter que trabalhar muito se quiser surpreender"

-- O Rouge me fez deixar de ter medo do palco, mas sei que vou ter que trabalhar muito se quiser surpreender -- afirma Lissah Martins, que do Rouge, é lembrada pela canção romântica "Um anjo veio me falar". -- Tenho semelhanças com a Kim (que terá como segunda atriz a paulista Cristina Cândido, alternando com Lissah devido ao grande número de apresentações).

Ela não foi criada numa metrópole, como eu, por isso se assusta com as coisas, mas ao mesmo tempo tem dentro de si uma grande guerreira.

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