quarta-feira, maio 14, 2008

Rio, RJ - Off-Tap - Waterwall

Matéria de Rubia Mazzini para o jornal O Dia, RJ, em 11.05.2008:

Ex-ginásta brasileiro é destaque em espetáculo ‘Waterwall’

Buenos Aires (Argentina) - Um brasileiro radicado na Europa há oito anos é uma das estrelas da companhia italiana Materiali Resistenti, que quarta-feira chega ao Rio, no Citibank Hall, com um espetáculo, no mínimo, curioso. Em ‘Waterwall’, o paulistano Luis Augusto Mancini, de 28 anos, dança e faz acrobacias sob uma cascata de 20 mil litros d’água, que jorra de uma engenhoca metálica. O show é criação do coreógrafo Ivan Manzoni, que já teve seu trabalho comparado ao de Deborah Colker.

Em uma hora de apresentação, Luis Augusto e outros 15 bailarinos deslizam pelo solo molhado, escalam a cachoeira presos em cordas, saltam e mergulham no reservatório de água que fica sob o palco.

Os movimentos são executados ao som de uma poderosa combinação de música eletrônica e iluminação multicolorida. Luis Augusto, que está no grupo desde 2004, diz que esse é o trabalho mais difícil e perigoso de que já participou.

“Temos muito trabalho aéreo e de solo, tudo somado com a água. É preciso muita atenção para não se machucar”, afirma. Numa apresentação na Grécia, lembra ele, saiu do palco com estiramento de tendão nos dois pés. Por conta do risco freqüente de acidentes, o treinamento do elenco, que mistura bailarinos e ginastas de várias nacionalidades, é superpuxado.

“Além dos ensaios, há uma integração com a equipe técnica, que também dá duro para garantir a nossa segurança em cena”, observa ele, que começou a carreira como ginasta ainda criança (e chegou a ser vice-campeão brasileiro de saltos ornamentais, em 1996), mas também aprendeu a dançar desde cedo. “Eu mamei dança”, brinca o rapaz.

Seu momento preferido em ‘Waterwall’ acontece quase no fim, quando ele e outro bailarino ‘surfam’ sobre duas pranchas. É um dos poucos números em que os dançarinos trocam parte do figurino de neoprene — macacão, luvas e sapatilhas de mergulhador, que evitam escorregões — por bermudas floridas. “É muito divertido, a música fica mais agitada e a gente dá vários saltos”, conta Luis Augusto, garantindo que só ficou gripado por causa do espetáculo uma vez e que, sim, todos tomam banho depois da função: “Claro, aí rola sabonete e xampu, né”.

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